O que é a síndrome do intestino irritável e como não deixar ela prejudicar o organismo
É um distúrbio digestivo que gera dor e mal-estar abdominal recorrente, associado a alterações no funcionamento do intestino. Pode ocorrer em qualquer idade, inclusive nas crianças. Porém, a maioria das pessoas afetadas são mulheres jovens, entre 25 e 40 anos.
Esse é um tipo de problema comum, que faz com que muitas pessoas busquem profissionais especializados, como gastroenterologistas e coloproctologistas, para realizarem o tratamento.
A síndrome do intestino irritável (SII) surge de um mau funcionamento do organismo que afeta o movimento do intestino, a sensibilidade dos nervos intestinais, ou, o modo como o cérebro controla algumas dessas funções.
No entanto, embora o funcionamento normal esteja afetado, não há anormalidades estruturais que possam ser descobertas através de um endoscópio (tubo flexível para visualização), radiografias, biopsias ou exames de sangue. Ou seja, todos os exames apresentam-se normais. Assim, a SII é suspeitada e identificada apenas pelas características dos sintomas.
Quais são as causas?
Em algumas pessoas, os sintomas têm início após um episódio de gastroenterite. Fatores emocionais (estresse, ansiedade, depressão), dieta, medicamentos (incluindo laxantes), hormônios ou irritações menores, podem desencadear ou fortalecer a crise. Refeições com alto teor de calorias ou de gordura também podem ser prejudiciais. Fique de olho nesses alimentos: trigo, laticínios, feijão, chocolate, café, chá, alguns adoçantes artificiais, certos vegetais (como aspargos ou brócolis) ou frutas (como damasco). Eles agravam os sintomas.
Os sintomas da SII
Além da dor abdominal, sintoma marcante da SII, outras alterações estão associadas. Geralmente há alteração na frequência e consistência da evacuação, podendo haver prisão de ventre, diarreia ou a alternância entre os dois. A dor pode ser aliviada após a evacuação. Inchaço (distensão) abdominal, muco nas fezes, sensação de esvaziamento incompleto após a defecação, urgência para evacuar também podem estar presentes. A dor pode se apresentar recorrente ou de forma contínua, pode ser forte, em cólicas, e normalmente na região inferior do abdômen.
Como o médico constata?
O diagnóstico deve ser suspeitado sempre que o paciente queixar dos sintomas relatados anteriormente, e apresentar um bom estado geral, sem sinais de doença crônica. Pode haver dor abdominal a palpação e inchaço do abdômen no exame médico.
Pode haver a necessidade de exames para descartar outros diagnósticos como infecção intestinal, intolerâncias alimentares, doença inflamatória intestinal ou tumores no intestino. Mas nem sempre esses exames complementares serão necessários.
Tipo de tratamento
O tratamento difere de pessoa para pessoa. Se alimentos específicos ou tipos de estresse derem a impressão de causar o problema, eles devem ser evitados. Para a maioria das pessoas, sobretudo as que tendem a sofrer de constipação, a atividade física regular e uma dieta equilibrada ajudam a manter a função normal do trato digestivo e são suficientes para controlar os sintomas.
A alimentação deve ser cuidadosa. É recomendável fazer refeições menores e frequentes, por exemplo, cinco ou seis pequenas em vez de três grandes por dia, e, claro, comer devagar.
Medicamentos antiespasmódicos (que diminuem a contração do intestino), antidiarreicos, fibras alimentares e até antidepressivos podem ser prescritos pelo médico, avaliando-se cada caso.
Em casos mais graves, um acompanhamento psicológico pode ser necessário.