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O que é doença celíaca?

O que é doença celíaca?

A doença celíaca é uma reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, uma doença autoimune. A falta de uma enzima responsável por quebrar o glúten faz com que ele não seja processado direito, se acumulando no interior do intestino. Assim, o sistema imune reage atacando a mucosa do intestino delgado, isso causa lesões e prejudica o funcionamento do órgão.

O que é glúten?

É uma proteína encontrada em cereais como o trigo, o centeio, a cevada e o malte.

 

Quais os sintomas da doença celíaca?

Irritabilidade, distensão abdominal, aumento dos gases, anemia, osteoporose, diarreia, náusea, perda de peso, lesões na pele, entre outros. Outras doenças autoimunes também podem estar associadas por uma ativação desordenada do sistema imunológico.

 

Intolerância a glúten e doença celíaca são a mesma coisa?

Não. Algumas pessoas têm uma sensibilidade ao glúten, com sintomas parecidos. Porém, sem a característica de doença autoimune e sistêmica. Na intolerância, o glúten mal digerido gera gases, distensão abdominal, dores e diarreia, mas não ocorre lesão nas vilosidades do intestino e não há consequências ao sistema imune.

 

A doença celíaca aparece somente em crianças?

Geralmente os primeiros sinais aparecem na infância, quando se inicia a ingestão de alimentos que contem glúten. Porém, há casos que o diagnóstico é realizado na vida adulta, já com sintomas graves decorrentes da má absorção de nutrientes pelo intestino lesado.

 

Como é feito o diagnóstico?

Ao suspeitar do diagnóstico, o médico deve solicitar marcadores no sangue que são anticorpos relacionados a doença celíaca. No caso da presença desses anticorpos, realiza-se uma endoscopia com biópsia do duodeno para confirmação do diagnóstico. A pesquisa genética também pode auxiliar neste diagnóstico

 

Todos os pacientes com doença celíaca têm diarreia?

Não. Alguns não apresentam nenhum quadro intestinal. Os sintomas podem ser por exemplo uma dermatite, anemia ou osteoporose. Durante a investigação desses quadros faz-se o diagnóstico de doença celíaca.

 

Se não tenho sintomas gastrointestinais posso ingerir glúten?

Não. Mesmo quando não há sintomas, o paciente celíaco deve evitar o consumo de glúten. Essas pequenas ingestões ou “contaminações” a longo prazo podem trazer danos ao organismo.

 

Existe uma quantidade segura que o paciente celíaco pode ingerir?

Não. Pequenas ingestões levam a inflamações no intestino que vão destruindo as vilosidades e com o tempo acarretam uma disfunção na absorção de nutrientes.

 

Existe tratamento?

A única forma de tratar a doença é eliminando totalmente o glúten da dieta. É importante que o paciente entenda que mesmo não apresentando sintomas, se consumir a proteína haverá lesão intestinal, que no futuro trará sérios danos a sua saúde.

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O que são hérnias incisionais? Devo me preocupar?

O que são hérnias incisionais? Devo me preocupar?

Diversos problemas de saúde necessitam de uma intervenção cirúrgica, e mesmo que o risco de surgir alguma complicação seja pequeno atualmente, a chance ainda existe, e uma dessas complicações é a hérnia incisional.

Hérnias incisionais ocorrem em um local que foi operado anteriormente. A cicatrização inadequada ou o excesso de tensão na ferida leva ao desenvolvimento da hérnia.  Com o avanço da medicina, a cirurgia por via laparoscópica diminuiu o risco do aparecimento das hérnias, já que os cortes são menores.

Geralmente, esse problema ocorre devido a uma infecção da ferida cirúrgica, entretanto, existem outros fatores que podem aumentar o risco de surgimento das hérnias incisionais, como por exemplo:

  • Obesidade;
  • Desnutrição;
  • Diabetes;
  • Idade avançada.

 

Como saber se tenho hérnia incisional?

De um modo geral, a hérnia fica visível para o paciente conforme a protusão vai crescendo. Contudo, mesmo que algumas não sejam notadas visualmente, acabam causando dor ou podem até mesmo gerar uma complicação. Caso um segmento do intestino entre na ferida, pode ocasionar uma obstrução ou necrose da alça intestinal. Nesse caso, o paciente teria que ser submetido a um tratamento de urgência.

 

Como tratar esse problema?

O tratamento necessita de uma intervenção cirúrgica, onde o médico fechará a hérnia e colocará uma tela de reforço na parede abdominal. O tempo da cirurgia varia em cada paciente, já que o tamanho e a localização da hérnia são fatores determinantes. Além disso, a obesidade também atrapalha o procedimento, sendo necessária a perda de peso prévia na maioria das vezes.

Caso apresente sinais de que está desenvolvendo o problema, o paciente não deve adiar o tratamento, pois quanto maior for a hérnia, maior será a dificuldade do procedimento de remoção.

Após o tratamento, complicações como sangramentos ou infecções podem surgir no local. Além disso, não é incomum que haja o retorno da hérnia na região que foi tratada. Para evitar que isso ocorra é necessário que o paciente fique em repouso, use cintas e siga as orientações dadas pelo seu cirurgião.

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Pedras na vesícula: O que é e como tratar esse problema

Pedras na vesícula: O que é e como tratar esse problema

A vesícula biliar é um órgão localizado no lado direito do abdome junto ao fígado. Sua função é armazenar a bile, um líquido que ajuda na digestão de gorduras no intestino, que é produzida no fígado. Em algumas pessoas, a bile contida na vesícula acaba formando cálculos, conhecidos popularmente como “pedras”.

Como são formados esses cálculos?

Entre os componentes da bile estão o colesterol e os sais biliares. Eles podem precipitar e assim formam-se os cálculos. Há alguns fatores que podem aumentar o risco e contribuir para o aparecimento do problema. Entre eles estão:

– Dieta rica em gorduras e carboidratos;

– Dieta pobre em fibras;

– Vida sedentária com elevação do LDL (colesterol ruim) e diminuição do HDL (colesterol bom);

– Diabetes;

– Obesidade;

– Fumo;

– Uso prolongado de anticoncepcionais;

– Predisposição genética;

Como saber se tenho cálculo na vesícula ?

Muitas pessoas possuem cálculos na vesícula e não apresentam sintomas. Contudo, em algum momento de sua vida, sem nenhum aviso prévio, eles podem apresentar complicações. O diagnóstico do problema geralmente é feito através de uma ultrassonografia do abdome que visualiza o cálculo no interior da vesícula

Nos casos mais simples, chamados de cólica biliar, há um desconforto na parte superior do abdome, junto com inchaço, náusea, vômitos e dor de cabeça, principalmente após alimentação gordurosa. Esses sintomas podem ser recorrentes, e muitas vezes são confundidos com doenças relacionadas ao estômago.

Em alguns casos, pode ocorrer uma dor aguda intensa do lado direito do abdome, que é causada pela inflamação da vesícula. Esses casos mais sérios são chamados de colecistite aguda.

Com menos frequência, podem surgir sintomas com complicações mais graves como a inflamação do pâncreas ou icterícia obstrutiva, que é quando o cálculo obstrui o canal que liga o fígado e a vesícula ao intestino.

Eu tenho pedra na vesícula, e agora ?

Sempre que surgirem sintomas associados ao cálculo deve-se optar pela retirada da vesícula. Não existe uma cirurgia que retira somente o cálculo e deixa a vesícula, caso contrário, eles seriam formados novamente.

Quando a cirurgia é realizada por meio de finos tubos, por onde passam as pinças e uma câmera de fibra óptica que permite ver o interior do abdôme, é denominada colecistectomia videolaparoscópica. O procedimento é relativamente simples e possui uma ótima recuperação. Quanto mais cedo a cirurgia for realizada, maior a chance de sucesso, pois as crises de dor recorrentes levam a uma inflamação crônica da vesícula que pode dificultar o procedimento.

Portanto, se você apresenta sintomas gástricos recorrentes, principalmente após as refeições, procure um médico especialista.

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Colectomia videolaparoscopica: como curar o intestino grosso?

Colectomia videolaparoscopica: como curar o intestino grosso?

A colectomia é uma cirurgia de grande porte que consiste na retirada de parte ou de todo o intestino grosso do paciente. O procedimento por videolaparoscopia é feito por meio de portais chamados trocartes que perfuram a parede do abdome do paciente. Através desses orifícios são inseridas uma câmera (suas imagens servem para orientar o médico durante a operação) e pinças (que são utilizadas para manusear e soltar o segmento do intestino a ser ressecado). O pedaço ressecado é retirado do abdome através de um pequeno corte.

 

Em relação a colectomia aberta, onde há necessidade de um corte maior ao longo do abdome, a técnica videolaparoscópica tem a vantagem de uma recuperação mais rápida, menos dolorosa e esteticamente mais agradável. Porém, nem sempre é possível realizar a cirurgia por laparoscopia. Distensão do intestino, aderências por cirurgias anteriores no abdome, tumores grandes com invasão de órgãos adjacentes, perfurações no intestino, pacientes obesos, são alguns fatores que podem atrapalhar e impedir a realização da cirurgia por esta técnica.

 

Quando está indicada a colectomia?

A colectomia é indicada como a única forma de solucionar algumas doenças no intestino grosso. Entre elas: câncer, diverticulite ou doença diverticular avançada, traumatismo, estenose (estreitamento do intestino), colite ulcerativa, doença de Crohn e infarto mesentérico (infarto do intestino). Se não houver a remoção da parte do intestino afetado por essas doenças, o problema não será resolvido, podendo levar o paciente à morte em alguns casos.

 

A cirurgia possui riscos?

A cirurgia pode apresentar complicações tanto utilizando a técnica laparoscópica quanto a modalidade aberta. Não existe a melhor técnica e sim a melhor alternativa para o seu caso, que será uma decisão conjunta entre o médico e o paciente.

 

A retirada de um segmento do intestino não é um procedimento simples e deve ser realizada por um cirurgião especializado como o coloproctologistas ou cirurgião do aparelho digestivo, que irão tomar os cuidados para minimizar o risco de uma complicação no pós-operatório. A cirurgia requer alguns dias de internação no pós-operatório, onde seu médico irá acompanhá-lo e avaliará o melhor momento para reiniciar a dieta, sempre de forma gradual.

Como saber quem precisa desse tipo de cirurgia?

Alterações no funcionamento do intestino, dores abdominais, sangramento nas fezes, inchaço no abdome, história familiar de câncer ou pólipo no intestino, idade acima de 50 anos, emagrecimento, fezes finas, anemia são alguns sintomas que devem levar o paciente a uma avaliação com o médico proctologista.

 

Uma detalhada entrevista com o paciente e exame físico no consultório vão guiar o médico e definir se existe a suspeita de alguma doença no intestino grosso e a necessidade de realização de exames mais invasivos como uma colonoscopia.  Através dos exames, são realizados diagnósticos e avalia-se a indicação de cirurgia.

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O que é a síndrome do intestino irritável e como não deixar ela prejudicar o organismo

O que é a síndrome do intestino irritável e como não deixar ela prejudicar o organismo

É um distúrbio digestivo que gera dor e mal-estar abdominal recorrente, associado a alterações no funcionamento do intestino. Pode ocorrer em qualquer idade, inclusive nas crianças. Porém, a maioria das pessoas afetadas são mulheres jovens, entre 25 e 40 anos.

Esse é um tipo de problema comum, que faz com que muitas pessoas busquem profissionais especializados, como gastroenterologistas e coloproctologistas, para realizarem o tratamento.

A síndrome do intestino irritável (SII) surge de um mau funcionamento do organismo que afeta o movimento do intestino, a sensibilidade dos nervos intestinais, ou, o modo como o cérebro controla algumas dessas funções.

No entanto, embora o funcionamento normal esteja afetado, não há anormalidades estruturais que possam ser descobertas através de um endoscópio (tubo flexível para visualização), radiografias, biopsias ou exames de sangue. Ou seja, todos os exames apresentam-se normais. Assim, a SII é suspeitada e identificada apenas pelas características dos sintomas.

Quais são as causas?

Em algumas pessoas, os sintomas têm início após um episódio de gastroenterite. Fatores emocionais (estresse, ansiedade, depressão), dieta, medicamentos (incluindo laxantes), hormônios ou irritações menores, podem desencadear ou fortalecer a crise. Refeições com alto teor de calorias ou de gordura também podem ser prejudiciais. Fique de olho nesses alimentos: trigo, laticínios, feijão, chocolate, café, chá, alguns adoçantes artificiais, certos vegetais (como aspargos ou brócolis) ou frutas (como damasco). Eles agravam os sintomas.

Os sintomas da SII

Além da dor abdominal, sintoma marcante da SII, outras alterações estão associadas. Geralmente há alteração na frequência e consistência da evacuação, podendo haver prisão de ventre, diarreia ou a alternância entre os dois. A dor pode ser aliviada após a evacuação. Inchaço (distensão) abdominal, muco nas fezes, sensação de esvaziamento incompleto após a defecação, urgência para evacuar também podem estar presentes. A dor pode se apresentar recorrente ou de forma contínua, pode ser forte, em cólicas, e normalmente na região inferior do abdômen.

Como o médico constata?

O diagnóstico deve ser suspeitado sempre que o paciente queixar dos sintomas relatados anteriormente, e apresentar um bom estado geral, sem sinais de doença crônica. Pode haver dor abdominal a palpação e inchaço do abdômen no exame médico.

Pode haver a necessidade de exames para descartar outros diagnósticos como infecção intestinal, intolerâncias alimentares, doença inflamatória intestinal ou tumores no intestino. Mas nem sempre esses exames complementares serão necessários.

Tipo de tratamento

O tratamento difere de pessoa para pessoa. Se alimentos específicos ou tipos de estresse derem a impressão de causar o problema, eles devem ser evitados. Para a maioria das pessoas, sobretudo as que tendem a sofrer de constipação, a atividade física regular e uma dieta equilibrada ajudam a manter a função normal do trato digestivo e são suficientes para controlar os sintomas.

A alimentação deve ser cuidadosa. É recomendável fazer refeições menores e frequentes, por exemplo, cinco ou seis pequenas em vez de três grandes por dia, e, claro, comer devagar.

Medicamentos antiespasmódicos (que diminuem a contração do intestino), antidiarreicos, fibras alimentares e até antidepressivos podem ser prescritos pelo médico, avaliando-se cada caso.

Em casos mais graves, um acompanhamento psicológico pode ser necessário.

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Prisão de ventre: problema comum que tem solução natural

Prisão de ventre: problema comum que tem solução natural

Você já se sentiu com dificuldade para evacuar durante dias, sentindo dor ou inchaço abdominal nesse período? É muito provável que você esteja com prisão de ventre. Esse é um distúrbio que tem como causas a dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal.

O transtorno tem como nome constipação ou obstipação intestinal. Faz-se esse diagnóstico quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana. Mas não somente a frequência de ir ao banheiro é importante. O esforço para evacuar, fezes endurecidas ou “em bolinhas”, sensação de evacuação incompleta e sensação de obstrução na saída das fezes também são importantes para se diagnosticar a constipação mesmo quando a evacuação ocorre mais de 2 vezes na semana.

Esse tipo de problema acontece mais em mulheres, especialmente durante a gravidez, nas crianças e nos idosos. Pode ocorrer associado mal-estar, gases e distúrbios digestivos. É muito comum também a associação de distúrbios psiquiátricos com a prisão de ventre.

Eu tenho prisão de ventre?

É comum as pessoas se queixarem de que o intestino não funciona regularmente em ambientes estranhos ou quando quebram a rotina, isso devido a viagens ou lugares diferentes de casa, como shoppings, residências de outras pessoas, entre outros lugares. Essa alteração, porém, costuma desaparecer tão logo a pessoa retome suas atividades habituais.

Alguns critérios são utilizados para se ter o diagnóstico de constipação como o tempo em que vem ocorrendo os sintomas e com que frequência eles ocorrem. Por isso, é importante observar e consultar um médico especialista sempre que se nota alguma alteração na evacuação.

 

Tipo de tratamento

É imprescindível antes de qualquer tratamento, a avaliação médica. O aparecimento da prisão de ventre pode ser o primeiro sintoma de uma outra doença como um tumor no intestino.
Na maioria das vezes, a mudança no comportamento é suficiente para resolver o problema.
A primeira medida é corrigir a alimentação.  A ingestão de refeições com mais fibras (legumes, verduras, frutas, cereais integrais, etc.), de farelos em pó misturados aos alimentos ou diluídos em água ou em sucos e de suplementos com fibra na forma de biscoitos ou sachês ajuda bastante.
A segunda é beber bastante líquido (aproximadamente dois litros por dia, se não houver contraindicação médica, pois pessoas com insuficiência cardíaca ou renal, por exemplo, podem não tolerar esse volume de líquido).
Outras medidas para o bom funcionamento dos intestinos incluem praticar atividades físicas, mastigar bem os alimentos, respeitar os horários das refeições, postura correta na evacuação, obedecer aos reflexos e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.
Em situações especiais pode ser preciso a prescrição de medicamentos ou lavagens pelo seu médico.

 

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O que é fístula anal e qual é o tipo de tratamento?

O que é fístula anal e qual é o tipo de tratamento?

A fístula anal é um canal que se forma entre o final do intestino (canal anal e reto) e a pele ao redor do ânus e gera uma série de problemas no organismo, como dores, vermelhidão, saída de pus e sangramento pelo ânus ou ao redor dele. Em grande parte, ocorre após um abscesso no ânus, e pode ser causada por doenças inflamatórias do intestino, como doença de Crohn.

Tipos de fístulas

As fístulas podem ser superficiais ou profundas. Podem ter um trajeto completo do intestino a pele ou incompleto, terminando em fundo cego. Em alguns casos mais complexos, tem trajetos múltiplos podendo, inclusive, ter vários orifícios de drenagem na pele, em ambos os lados das nádegas.

O tipo de fístula vai implicar diretamente em qual tratamento pode ser oferecido ao paciente e na taxa de cura.

Tipo de tratamento

Para evitar complicações como infecção está sempre indicado o tratamento cirúrgico. A cirurgia chamada fistulotomia anal é a mais comumente realizada. O médico, normalmente um coloproctoplogista, faz o seguinte:

– Cateteriza o trajeto (túnel) com um estilete

– Corta a pele e gordura sobre a fístula para expor todo o túnel entre o intestino e a pele;

– Remove o tecido do interior da fístula.

No caso de fístulas mais profundas que atravessam a musculatura ao redor do ânus, a fim de evitar a incontinência anal, associa-se a essa técnica a colocação de um fio pelo trajeto. Ele tem a função de cortar a musculatura aos poucos e criar um tecido de fibrose no local que evitará que o paciente fique perdendo fezes pelo ânus no futuro. Pode ser necessário repetir a cirurgia algumas semanas após para a retirada desse fio.

Outras técnicas como o retalho mucoso e a aplicação de cola no trajeto também são realizadas.

Cirurgia a laser

Mais recentemente, tem-se utilizado o laser como auxiliar no tratamento. Nesta técnica, cateteriza-se o trajeto da fístula com uma fibra com laser na ponta e o laser é acionado enquanto traciona-se o cateter pelo túnel. O calor produzido queima o trajeto destruindo o tecido do interior da fístula e a reação inflamatória local leva a uma cicatrização do trajeto. Apresenta a grande vantagem de não causar destruição da musculatura perianal que controla a continência fecal. Além disso, a recuperação é mais rápida e praticamente sem dor no pós-operatório.

Como é a recuperação?

O paciente fica internado por, pelo menos, 24 horas para garantir que o efeito da anestesia desapareceu e que não existe numa complicação, como sangramento ou infecção. Depois disso, é possível voltar a casa, mas é recomendado fazer repouso por 2 a 3 dias, antes de voltar a trabalhar.

Nesse período pode ser necessário tomar antibióticos ou anti-inflamatórios para aliviar a dor. Para reduzir o risco de infecção, também se deve manter a higiene da região com água morna e um sabão de pH neutro, além de fazer os curativos no posto de saúde.

É comum haver sangramento momentos após a cirurgia. Para isso, caso a dor seja intensa, é importante ir imediatamente ao pronto-socorro. A alimentação deve ser regrada, como sopas e caldos, ou seja, refeições mais pastosas para evitar o acúmulo de fezes que podem aumentar a pressão sobre as paredes do ânus e dificultar a cicatrização.

 

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Abscesso e fístula anal: quais são as diferenças?

Abscesso e fístula anal: quais são as diferenças?

Abscesso e fístula anal: quais são as diferenças?

Uma confusão frequente que vemos no dia a dia do consultório é a definição de abscesso anal e fístula anal. São doenças diferentes, mas que podem ter relação entre si. Vamos esclarecer a diferença entre essas enfermidades bastante comuns, incômodas e que podem ser graves em alguns casos.

Abscesso anorretal

O abscesso anorretal, popularmente chamado de abscesso anal, é uma coleção de pus que se forma na região do ânus ou ao redor do reto. Não se sabe exatamente o motivo, mas é mais comum em homens e na faixa etária entre 30 e 40 anos.

Em geral, é causado pela infecção de pequenas glândulas existentes no canal anal. Ocorre obstrução em uma dessas glândulas e inicia-se uma infecção no local, formando pus que se acumula na região; algumas vezes superficial e, em casos mais complexos, mais profundas.

Alguns abscessos podem ter causas específicas. Entre elas estão:

. fissura anal – são ¨machucados¨ que ocorrem na saída do ânus geralmente pelas fezes ressecadas e podem infectar

. Corpo estranho – o ato de engolir fragmentos de ossos ou espinhas de peixe por exemplo. Eles podem chegar ao reto e causar uma perfuração ou até mesmo a perfuração pela introdução de algum objeto pelo ânus.

. Radiação – após radioterapia na pelve para tratamento do câncer de reto, útero ou próstata que causa inflamação crônica no local

. Doença de chron – doença causada pela produção de anticorpos pelo nosso organismo contra o nosso intestino levando à inflamação.

Quando superficiais, se apresentam como massa dolorosa e endurecida ao redor do ânus com vermelhidão local. Nos casos mais profundos, o paciente tem dor no reto associada à febre. Pode haver saída de secreção purulenta ao redor do ânus ou pelo reto.

O tratamento mais indicado é a drenagem cirúrgica associada ao antibiótico. Em alguns casos, o abscesso se rompe e drena espontaneamente. O tratamento cirúrgico é realizado através de um corte que elimina as secreções, o que alivia em muito a dor provocada pela pressão existente dentro do abscesso.

Os pequenos abscessos podem ser drenados sob anestesia local e os abscessos maiores necessitam de internação hospitalar e a ajuda de um médico anestesista. Pacientes portadores de diabetes e doenças que levam à deficiência imunológica necessitam de cuidados especiais pela gravidade e rapidez com que a infecção pode evoluir.

 

Fístula anal

A fístula anal é um canal que comunica a região interna do canal anal ou reto até a pele da região externa do períneo ou nádegas. As duas formas mais comuns de apresentação são:

– um pequeno orifício na região perianal com drenagem frequente de secreção;

– uma pequena ferida próxima ao ânus com inflamação recorrente, rompimento da pele e saída de secreção; (essa secreção consiste em muco e pus podendo estar misturada a fezes)

A maioria dos pacientes apresenta uma história de abscesso anal prévio na mesma região. Na época em que apresentava o abscesso, a secreção purulenta contida dentro na coleção foi eliminada por um orifício na região perianal, naturalmente ou com ajuda de tratamento médico, dando lugar à formação de uma fístula anal, que é o resultado da cura de um abscesso desta região.

Não é uma complicação do tratamento, e sim, uma evolução natural da condição. É um problema que exige avaliação e tratamento especializado para sua cura.

Não é sempre que um abscesso dessa região produz uma fístula e, por isso, não se pode prever quando um abscesso irá formar uma fístula. As fístulas já formadas podem novamente infectar formando um novo abscesso.

A fístula anal também pode surgir na doença inflamatória do intestino (retocolite ulcerativa e doença de Chron) ou secundária ao câncer do ânus e reto.

Em breve, falaremos dos diversos tipos de tratamento para fístula anal.

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Hemorroidas: tratamentos com ou sem cirurgia. Entenda a diferença.

Hemorroidas: tratamentos com ou sem cirurgia. Entenda a diferença.

As hemorroidas, vasos dilatados que se localizam na parte inferior do reto ou no ânus, são um incômodo para quem sofre do problema. Afinal, os sintomas deixam qualquer pessoa impaciente. Entre eles estão coceira no ânus, sangramento, dor e inchaço, desconforto e caroço na região anal.
Entretanto, existem alguns tipos de tratamentos que podem acabar com o sofrimento. Vamos conhecer alguns:

Ligadura elástica

Este é um tratamento bastante aplicado em pacientes por ser mais simples, evitar a cirurgia tradicional e contar com recuperação rápida.
O procedimento consiste na aplicação de um elástico no vaso aumentado dentro do ânus (hemorroida interna) que interrompe o fluxo sanguíneo e leva a diminuição do vaso, melhorando os sintomas.
Leva apenas alguns minutos e é feito no consultório. Apresenta bons resultados. Mas nem sempre é considerado definitivo, podendo ser realizado mais de uma sessão.
Possui indicações precisas sendo fundamental antes a avaliação pelo especialista que conhecerá a história do paciente e realizará o exame físico. Realiza-se na consulta a anuscopia, o exame que visualiza o canal anal. Através dele, confirma -se o diagnóstico e avalia-se a possibilidade de realizar a Ligadura Elástica.

Hemorroidectomia

Este tipo de tratamento cirúrgico acontece por diversas razões, seja por falha com o tratamento clínico, pela ligadura elástica que não foi suficiente ou contraindicada, por hemorroidas externas com trombose de repetição, sangramento persistente, entre outros. É realizado em centro cirúrgico sob anestesia. As principais técnicas são: cirurgia convencional, grampeamento e desarterialização.

• Cirurgia convencional

O método consiste na ressecção (remoção) dos mamilos hemorroidários. A posição do paciente pode ser de barriga para baixo ou em posição ginecológica. A técnica mais popular é a cirurgia de Milligan-Morgan

• Grampeamento

Nesse tipo de procedimento é utilizado um grampeador que promove uma sutura mecânica com grampos metálicos por dentro do reto. O grampeamento em toda a circunferência do reto distal leva ressecção de um segmento da mucosa com suspensão das hemorroidas. A técnica é menos dolorosa que a cirurgia convencional e também apresenta ótimos resultados.

• Desarterialização

A Desarterialização hemorroidária transanal é uma técnica mais recente que consiste na ligadura das artérias que nutrem as hemorroidas. Um anuscópio específico é utilizado para visualizar o reto inferior. As artérias são localizadas com uma sonda de ultrassom com doppler. Em seguida, é feita então uma ligadura na artéria afetada, reduzindo o fluxo sanguíneo na hemorroida.

Consulte um proctologista e decida junto ao seu médico qual a técnica mais adequada ao seu caso.

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Como saber se tenho hemorroidas e quais os sintomas?

Como saber se tenho hemorroidas e quais os sintomas?

Hemorroida ainda é um tabu na sociedade em geral. Embora muito comum, continua sendo motivo de preconceito, já que as pessoas não gostam de falar quando aparecem os primeiros sintomas.
A doença pode ocorrer tanto em homens como mulheres, em qualquer idade e tende a piorar ao longo dos anos impactando negativamente a vida do paciente.

Afinal, o que é hemorroida?

Hemorroidas são vasos dilatados que se localizam na parte inferior do reto e ânus. Podem ser de três tipos:
-Internas: quando ocorrem apenas dentro do ânus
-Externas: quando ocorrem no orifício anal, projetando-se para fora do ânus
-Mistas: quando há a combinação de hemorroidas internas e externas

O aumento da pressão nos vasos da região anal causado por exemplo pelo esforço repetitivo na hora de ir ao banheiro, hábito comum de quem sofre do problema, leva a dilatação dos vasos originando a doença. Outras causas comuns são a gestação, tosse crônica, atividade física com carga excessiva e até a hereditariedade (origem genética).

Principais sintomas:

• Coceira anal
Aparece após os primeiros indícios. Isso acontece por causa da sensibilidade da pele na região.

• Dificuldade de higiene
Ocorre o acúmulo de fezes nas dobras de pele que surgem ao redor do ânus

• Sangramento anal
Pode ocorrer durante ou após a evacuação (saída das fezes). Em casos mais graves leva a anemia.

• Inchaço, desconforto e sensação de peso no ânus
Quando as veias da hemorroida crescem, o paciente sente que tem algo de estranho em seu corpo. Essa situação acontece por causa do desconforto causado pelo inchaço ao redor do ânus.

• Pequenos caroços
As hemorroidas externas podem apresentar pequenos caroços dolorosos, do tamanho de grãos de feijão ou até maiores sob a pele. Ocorre quando o sangue coagula dentro do vaso, geralmente após algum tipo de esforço. É uma complicação da doença, chamada de trombose hemorroidária.

Qual tipo de profissional procurar?
Ao surgirem os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar um coloproctologista, um especialista que estuda e trata das doenças do intestino grosso (cólon), reto, canal anal e ânus.

Algumas dicas importantes para evitar a doença hemorroidária e suas complicações são:
– Manter dieta rica em fibras
– Ingerir no mínimo 2 litros de líquidos diariamente
– Manter-se dentro do peso ideal
– Evitar permanecer longo período no vaso sanitário, como o hábito de ler no banheiro
– Evitar roupas justas

E atenção! Não espere que os sintomas aumentem para procurar um profissional. Vá em busca do especialista o quanto antes para realizar o tratamento adequado.

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Sangramento anal: como identificar e tratar para um organismo mais saudável?

Sangramento anal: como identificar e tratar para um organismo mais saudável?

As pessoas se assustam muito quando se fala sobre sangramento anal. Esse sintoma pode aparecer igualmente entre homens e mulheres, principalmente entre os mais jovens (com menos de 40 anos).
Hoje, vamos falar mais especificamente do sangramento anal vermelho vivo, o qual podemos denominar hematoquezia. Entre as principais causas intestinais estão a angiodisplasia (má formação de vasos sanguíneos), a doença diverticular dos cólons (bolsas na parede do intestino), infecções ou doenças inflamatórias do intestino e pólipos (lesões intestinais). As doenças anais mais comuns que cursam com esse sintoma são as hemorroidas e as fissuras anais. O sangramento causado por doenças anais pode vir acompanhado de dor, ardência ou inchaço.
No caso da fissura anal, geralmente ela aparece em razão do aumento da consistência das fezes, gerando um trauma e uma ferida no local. Dessa forma, a musculatura se contrai, reduzindo a perfusão de sangue na região. Os sintomas continuam por causa da ferida que não cicatriza.

Como identificar o sangramento anal?
Por ser um vermelho vivo, assusta o paciente ao perceber a coloração. Pode ocorrer junto às fezes, sujando o papel higiênico ou pingando após a evacuação. Menos comum, porém também preocupante, o sangramento pode acontecer de forma espontânea, não associado à evacuação.

Como diferenciar?
Como o trato digestivo é um tubo contínuo que vai da boca ao ânus, qualquer sangramento ao longo dele pode provocar o aparecimento de sangue nas fezes ou causar sangramento anal. O sangramento da porção mais superior do aparelho digestivo (como a boca, o esôfago e o estômago) frequentemente estão associados a ulcerações e podem causar vômitos sanguinolentos ou o aparecimento de fezes escuras (semelhante à borra de café). Quanto mais vermelho o sangue, mais baixo se localiza o problema.

Quais são as recomendações?
– Procure manter uma dieta saudável, a base de frutas frescas e vegetais;
– Ingira bastante líquido, preferencialmente, água;
– Não exagere no esforço para evacuar e não permaneça sentado no vaso sanitário por muito tempo.

Qual profissional buscar?
É imprescindível procurar um médico proctologista na presença de um sangramento agudo ou persistente. Doenças benignas que cursam sem maiores problemas aos pacientes são as principais causas de sangramento. Porém outras patologias precisam ser afastadas, principalmente o câncer de cólon e reto.

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